O Poder real


Tal como antecipado em 2013 quando Costa montou a armadilha a Seguro e correu com ele, o Poder central português (Sócrates foi apenas uma emanação catalisadora desse Poder) voltou a agarrar firmemente as rédeas do regime. O centripeto desse Poder é a captura de elevados volumes de impostos que permitem depois usar a máquina do estado, em primeiro lugar, e a máquina na sociedade que permite disseminar fundos pelas cliques de controlo da comunicação social, das grandes empresas, da regulação sobre a vida económica, sempre com o fim de manter o controlo sobre todos e o enriquecimento do tal centro. 

Esse centro tem alguns nomes conhecidos por todos. Desde Balsemão a algumas famílias tradicionais, o Poder foi também assegurado e garantido por muitos anos vindouros quando em 1980 se amputou o futuro de Portugal pela morte de Sá Carneiro.

Tudo foi tentado para impedir que Sá Carneiro conseguisse impulsionar Portugal para o mundo civilizado e moral que preconizava. Até mesmo a sua companheira, Snu Abecassis foi marcada por todos os modos possíveis no propósito de o prejudicar. Não conseguiram com política legítima, com política suja, com preconceito, conseguiram-no simplesmente liquidando o homem. Impunemente, notem.

Depois, com Passos Coelho algo semelhante foi tentado. Durante todos os anos do governo PAF o sistema centrípeto usou todos os meios políticos e comunicacionais, o enorme poder que tem na sociedade civil e mediática para impedir que Portugal chegasse à situação que tinha em 2015: uma perspectiva sólida de desenvolvimento social e económico. 

Em 4 anos, a esquerda, servil aos interesses da clique de Poder real ajudou um Costa que, até ver, é também um servo obediente, talvez nem consciente de tudo, tal como ficou evidente em Março quando foi dominado pelas circunstâncias que agora geraram um défice de estado em Maio de mais de 3 200 milhões de euros. E a procissão vai no adro. 

Fomos deixados numa situação com a UE de ainda maior subserviência e numa incógnita de decisão sobre como, quanto, e em que condições, chegará de fundos sem os quais o estado terá de entrar em inevitável austeridade profunda. 

Para o Poder real essa situação tem pouca relevância. Sabem que o volume de impostos cobrados terá sempre de cobrir as despesas, e que a percentagem que controlam é suficiente para impor ainda mais domínio sobre o estado e uma sociedade cada vez mais depaupeada e dependente. Gente sem recursos tem de se concentrar em sobreviver e deixa de se ocupar, até mentalmente, com os grandes desígnios políticos e as macro-consequências da governação e suas condicionantes. E o Poder real fica mais forte. 

E é aqui que nos encontramos. Numa situação genérica de pobreza material, subjugados espiritualmente, sem recursos de espécie alguma para subsistir com a dignidade mínima que é considerada trivial nos países europeus civilizados e livres. Livres, sim, porque em 4 anos perdemos imensa liberdade. Nunca o Poder real em Portugal esteve tão potenciado e capaz de impor uma ditadura - de facto -. 


A título de exemplo reparem como, usando a pandemia, impuseram medidas obviamente inconstitucionais - violando direitos constitucionais e executando não-cumprimento de deveres de governação constitucionais - em plena impunidade e baseados em regras ad hoc burocraticamente decididas e impostas, ameaçando com o crime de desobediência civil quem não cumpra. Quem não cumpra algo que é inconstitucional.  E muito poucos se atrevem à imperiosa desobediência civil. 

Pudera, as consequências sociais, profissionais, económicas para cada um de nós podem ser severas.

Quando vejo pessoas a discutir o que Catarina Martins, Louça, Costa, Centeno, Portas e outros fazem ou dizem, lamento sempre a perda de tempo e recursos. Esses são meros peões do Poder real. Poder esse na sombra, distribuindo missões e tarefas que são comunicadas por Guterres e outros, residentes lá fora ou cá dentro. 

Guterres, é uma face visível desse Poder, mas também um joguete. Não é que por si só pense em algo original ou capaz de influência: nunca foi e quando fugiu do pântano fê-lo porque - honestamente - sabia o que era o substrato político do Poder real e sabia da sua total impotência.

Quem é esse Poder real? Alguns de nós sabemos partes da História. Nos blogues há alguns que nos deixam entrever uma réstia. Nas redes também. 

Sem se fazer esse levantamento e iniciar-se um combate objectivo - tremendo - toda a resistência é fútil. Tal como o hamster na gaiola, limitamo-nos a correr no mesmo ponto. 

     

   

          

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