Isto terá um custo tremendo - para a democracia que os media dizem defender e para os media
Ninguém pode saber ainda qual será o real custo da campanha sistemática de alteração de factos em que embarcou a generalidade dos media legacy ocidentais.
Uma coisa porém, já sabemos. A mentira, além de ter a perna curta, como diz o povo, e quase sempre vir a ser descoberta, é fortemente penalizante para os seus autores quando terceiros realizam a falsificação ou engano a que foram sujeitos.
Trump tem tido sempre a postura mais tranquila, grave e adequada a todas as circunstâncias de crise (que têm sido muitas) com que se tem deparado. O seu uso do Twitter pode ser considerado frontal, duro e muitas vezes “gozão”, mas Trump nunca iniciou qualquer guerra externa, nem jamais usou de uma prerrogativa presidencial para reprimir algum dos seus opositores.
E quando Trump vencer a eleição de Novembro (cenário mais que provável)? Quando as pessoas do mundo voltarem a perceber (tal como em 2016) que parte decisiva do povo americano prefere Trump às alternativas democratas?
E quando, em consequência, a generalidade do público ocidental também entender que Trump, em vez de incentivar a agitação civil tem sempre contribuído para a negociação pacífica e procura racional de soluções para todas as crises mesmo que, tal como esta, sejam essas propositadamente criadas para perturbar a sua presidência e hipótese de reeleição?
Que farão então os media? Farão aquilo que o mentiroso crónico tipicamente faz? O chamado “double-down”? Insistem e mentem mais ainda? Até quando? Com que limite? Aguardando que não haja consequências?
É uma situação insustentável. Totalmente. E envolve praticamente toda a imprensa e media audiovisuais ou digitais ligados ao mainstream.
A mentira terá consequências. Como sempre teve.
A mentira não pode ser escondida para sempre.
Estarão tão cegos, a soberba é tão grande que não entendem as potenciais consequências gravosas do caminho que trilham?
Não são os próprios media os primeiros a afirmar que são essenciais à democracia na mediação da realidade, no escrutínio do poder, na busca e ajuda à interpretação dos factos que sedimentam e consolidam a unidade social?
Que acontecerá quando a generalidade do público realizar que se trata de uma fabricação? De um construto ilusório e politicamente motivado?
Quem serão os primeiros a sofrer as consequências?
Provavelmente serão os já depauperados pequenos jornalistas - acredito que os haja sérios - ainda. Aqueles que na primeira linha tentam fazer a sua profissão dignamente. E que já tanto sofrem pelo impacto da digitalização da comunicação e da vulgarização da intervenção pública por parte de influenciadores e outros.
Serão esses vítimas inocentes? Pois, não sei se serão assim tão inocentes: também estão calados face ao descalabro a que assistimos, não estão? Por medo de perder o já magro rendimento?
Quem, do meio jornalístico alça a sua voz e se indigna publicamente com o que se pratica?
Aguarda-se exemplos.
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Entretanto, aqui estamos e nos apresentamos no meio de um cenário pré-apocalíptico para os media tradicionais. Um novo-media. Independente. Desalinhado. Pensando que a falha dos incumbentes acima descrita é também uma oportunidade de mercado.
A nossa motivação?
O gosto pela escrita e troca de ideias. Puras, abertas, voluntárias e seguras de si. Seguras porque somos livres e sabemos que temos de pugnar pela total liberdade de expressão e pela maior responsabilidade, duas condições essenciais a granjearmos audiência em ambiente concorrencial e os dois fundamentos maiores de qualquer esforço jornalístico que se queira íntegro.
Assim, somos Contra Corrente. Venha connosco. A aventura inicia.
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