A irrevogável serventia ao regime

 

"Muita coisa me separa de Ferro Rodrigues. Para além das diferenças ideológicas, continuo a pensar que nenhum político apanhado a tentar interferir num processo judicial em curso deveria assumir o cargo que ele hoje assume.

Mas estas diferenças não me impedem de repudiar aquilo que um grupo de radicais inimigos da democracia lhe fizeram enquanto almoçava, num momento da sua vida privada. Insultar ou ameaçar durante uma visita oficial ou atividade política já é condenável, mas fazê-lo enquanto a pessoa está num momento da sua esfera privada é muito mais grave porque rouba à pessoa o direito a ser mais do que político. Reprimir esse direito é uma forma desumana e antidemocrática de condicionar a ação política."

Carlos Guimarães Pinto tem tido um percurso "brilhante". 

1. Apareceu como "liberal" na blogosfera, escrevendo artigos e posts assertivos, especialmente económicos, afirmando muita coisa correcta do ponto meramente economicista;

2. Foi depois agregado à Iniciativa Liberal quando esta, em desespero de causa e na porta da amargura da extinção, se lhe agarrou num último e frutífero esforço de sobrevivência;

3. Congregou jovens e outros na IL, aguentou bem as candidaturas espúrias de Cotrim e Mayan, mantendo a IL nos cerca de 2% com que se tenta condicionar a "direita" sendo Carlos e a IL um partido de esquerda cultural;

4. Bem financiado por Soros e outros associados às agendas maiores de implantação do comunismo globalista, fundou o +Liberdade e passou a "pairar" sobre o espectro político, associado a Mesquitas Nunes e outras peças "fundamentais" da oposição controlada e apoiante da agenda cultural de destruição das liberdades. 

E fez isto tudo com o ar mais simpático do mundo. Gosta-se facilmente do Carlos. 

Porém, tal como sempre demonstrou, o Carlos parece pensar que a política é um jogo de meninos em que as pessoas se podem opôr umas às outras mas, no fundo, amigas nos bastidores, e "está tudo bem depois de publicamente discutirmos, quando nos abraçamos em privado". Mas isto não vale para todos os sectores. À direita o Carlos não abraça ninguém.

Por regra, sempre que há oposição séria ao regime, o Carlos toma o lado do regime (ele parece afirmar-se "politicamente correcto" - mas não, é mesmo um esforço volitivo de manutenção do poder do regime). 

Ferro Rodrigues é um homem asqueroso. Por todos os motivos. Pelo que fez durante o processo Casa Pia, por tudo o que tem feito para apoiar a geringonça e tudo o que tem feito para apoiar a fraudemia Covid. 

Não é coisa pouca. 

Por isso, até seria estranho que o Carlos o apoiasse, certo? Mas, não. Sem qualquer pudor, Carlos defende a "privacidade" de um homem que no dia em que está convocada uma manifestação em frente à Assembleia da República, vai almoçar em frente à Assembleia da República. E este homem tem um corpo de segurança a quem compete zelar por todos os locais e percursos frequentados. 

E o Carlos não estranha a presença de Ferro no local. 

O Carlos nunca "estranha" nada que venha da esquerda. Mas "estranha e opõe-se sempre muito, quando a esquerda é atacada por gente que apenas defende a sua Liberdade (contra um fascio-comunismo - apoiado pelo Carlos - abjecto que discrimina essa gente via Certificados e testes para uma gripe, contra "vacinas" que não o são, contra filhos que perderam perspectiva de futuro, vida, liberdade e até mesmo capacidades cognitivas pela obrigatoriedade do uso da máscara demonstrada como estúpida , inútil e daninha).

Liberdade essa que seria a preocupação cimeira do +Liberdade de Carlos Guimarães Pinto. Seria.

Mas, a incoerência não interessa para nada. O status, a evidência pessoal, o politicamente correcto são os valores cimeiros para o Carlos.  

Só compra quem está disposto a pagar e não se importa de ser defraudado. 

Pobre Portugal Liberal que tem estes representantes.